Relato do LEGOWorld – Dia 01

Foi a vez de experimentar os pequenos-almoços da organização sandes de pão de forma para todos os gostos, durante todos os dias.. ahh nos almoços também. Essa altura também deu para perceber algumas coisas sobre a organização do evento. Os AFOLs estavam divididos basicamente em três grupos.

1-Os visitantes que pagavam como qualquer um para entrar no evento.

2-Os voluntários que lhe eram dadas algumas tarefas e que tinham acesso à cantina, aos bungalows, entrada gratuita, etc. As tarefas eram tão curtidas como montar grandes construções, mas também tomar conta de playzones ou de layouts, estar na cozinha, limpar as vitrines do museu de LEGO, etc. Ficamos admirados com a quantidade, cerca de 300 provenientes de vários países.. mas na sua grande maioria holandeses, tanto AFOLs como não AFOLs.

3-O terceiro e último grupo eram os expositores que basicamente só tinham que tomar conta das suas construções. Claro que o normal era aproveitar o tempo todo para conversar com toda a gente, sempre em inglês. Acho que falamos tanto em inglês que até às vezes estávamos os dois a falar entre nós em inglês 😀

Havia também os AFOLs holandeses que estavam encarregues da organização. Poucos, cerca de 5 e todos pertecentes ao núcleo duro do De Bouwsteen.

Claro que isto da parte de AFOLs, porque as outras entidades envolvidoas no evento tinham os seus próprios meios logísticos e de pessoal.

Na hora da abertura foi como se houvesse uma explosão de gente, num momento estava o recinto vazio, momentos depois estavam milhares de pessoas lá dentro. Para ser um pouco mais exacto, mais de 9000 visitantes pagantes por dia. A Tânia teve alguma dificuldade em sentir-se confortável no meio de tanta gente no primeiro dia, por isso a cantina serviu-lhe um pouco de refúgio. Lá, para além de se fumar também se conversava muito, maioritariamente de LEGO, claro. Os AFOLs tinham bastante curiosidade sobre o nosso país, muitos tinham genros ou noras portugueses. O curioso era o interesse deles em saber mais sobre o LUG 0937, por isso rolou muita conversa debaixo daquele exaustor.  

Logo no primeiro dia um dos displays Star Wars, chamou bastante a nossa atenção. Umas quantas árvores enormes com leaves em dark greenhum.. essas leaves só aparecem em dois dos novos sets Castle deste ano e ainda por cima só vem duas leaves em cada set, por isso ficamos curiosos em saber a sua procedência. O display era do dono da Little Arms Shop. A Litlle Armory foi à falência e este AFOL era o parceiro europeu, agora montou o seu próprio negócio e tem um sucesso do catano. As leaves conseguiu-as porque foi comissionado pela Legoland alemã para fazer um display SW para o aniversário dos 30 anos. O display inteiro estava à venda por 6500. Vendeu bastante material da loja dele mas ninguém pegou no display e não foi por falta de vontade..

A nossa opinião sobre o melhor display do evento recaiu sobre os belgas + alguns holandeses, que se juntaram para criar um enorme layout. Estava bem organizado e havia uma forte coerência mesmo havendo AFOLs com preferências tão distintas com espaço, cidade, castelo e technic. Nesse display estavam algumas das construções mais porreiras do tema cidade. De notar que tudo neste display foi transportado para o evento, desde as mesas até aos MOCs. Só o pessoal do BeLUG demorou 3 horas só a montar a sua parte das mesas.

Finalmente pudemos ver ao vivo e principalmente a cores os MOCs da Megan Rothrock e  conversar com ela. É bastante simpática e muito comunicativa.

Mocs da Megan no Legoworld

Os MOCs dela são realmente muito diferentes de todo o resto. As caixinhas surpresas foram o grande sucesso do display dela. Ficamos a saber que a LEGO está a pensar produzir um MOC dela e ela tem como objectivo tornar-se LEGO Designer.

Durante a tarde aproveitamos para visitar a cidade. Market Streets aos pontapés, ao vivo e a cores, construções muito típicas e muito inspiradoras para um quarteirão à Market Street style. Deu também para verificar a forma como funcionam os três tipos de vias que existem no interior da cidade. Vias para pedestres, bicicletas e automóveis. Deu tempo ainda de comer uma fast food que nos soube pela vida, ir à biblioteca para aceder à Internet, dar um salto ao email e ao fórum.

De regresso à exposição e tivemos oportunidade de ver, fotografar, analisar o novo conjunto Town Plan. Criado pelo Jamie Berard em conjunto com outro LEGO Designer. Pela primeira vez na LW, os Designers dos principais temas estiveram lá durante o tempo todo e a postura foi também muito aberta. O que para os AFOLs foi ouro sobre azul. Talvez pudessem aproveitar mais se não fossem os nórdicos tão reservados. Nós cá aproveitamos.

 

Lego Town Plan

 

 
Fomos também visitar o pavilhão seguinte onde estavam as actividades que envolviam LEGO. Milhares de peças à disposição para quem quisesse construir, no chão e em mesas imensamente compridas. Pareceu-nos que o chão era o preferido do pessoal, era só sapatos por todo o lado e rabos para o ar. Nessa zona havia um stand do LEGO Universe, da Sh@p, outro da Lego para algum material de refugo, tipo faixas antigas, tshirts e algum material da sh@p antigo tipo canetas, porta-chaves e produtos clikits, outro Pick-a-Brick (0,08 a grama) mais caro do que o do entroncamento central (0,07 a grama). Actividades com Racers, Bionicle, muitas construções grandes (animais selvagens, displays de castelo, circo, um pequeno campo de basquete com os jogadores, o Bugatti do FreeLug, um Ferrari, etc). Havia também um stand do exército holandês e passando para o último pavilhão ou melhor a sala de concertos da estação de televisão infanto-juvenil que também patrocinava o evento. Entramos lá uma vez e ouvimos milhares de crianças a gritar excitadíssimas.

No final do dia aceitamos o convite da Jenna (a autora dos templos hindus em rosa), para ocuparmos um espaço que ela não tinha utilizado. Boa! Fomos para o corredor central em frente dos stands da Lego. As nossas construções ficaram muito bem acompanhadas e já não pareciam perdidas. Foram muitas as pessoas que julgaram que o/a autor/a de todos os MOCs fosse o/a mesmo/a. As 9 construções da Jenna tinham como tema os 8+1 diferentes cultos do universo dela.

Manel on Mist

Ela tem uma percepção quase escultural dos MOCs, estuda todos os edifícios o melhor que pode e constrói os MOCs de acordo com o que foi sentindo durante o processo de estudo, tem uma onda muito zen. Ficamos portanto, muito bem instalados em todos os sentidos. Nesse dia conhecemos também a Annemarie, AFOL holandesa e dona da loja Sailjo. A Annemarie foi sempre muito prestável, até roupa emprestou à Tânia, sim o frio era considerável.

Desta vez o jantar foi em casa, em conjunto com o Yvo, voluntário no evento. Trocamos impressões acerca dos nossos LUGs, projectos e falamos muito sobre os nossos países e cultura. O bungalow estava quentinho, uns meros 23 graus, o duche era perfeito e o chá vinha a calhar. Os colchões das camas eram 5 estrelas, o verdadeiro sono dos justos. Quantos quilómetros a pé teríamos feito só naquele dia? Vários, com certeza!


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