
Mais informações sobre este evento podem ser encontradas neste site . A discussão sobre este evento no Fórum 0937 encontra-se aqui .
Somos um grupo de fãs de LEGO sediado em Portugal e fundado em 2006.
Temos como missão promover este passatempo para todas as idades, realizando exposições e encontros um pouco por todo o país. Disponibilizamos ainda este espaço online, uma plataforma de discussão e informação que é também a principal porta de entrada para novos membros que se queiram iniciar neste passatempo.
1 – O que faz um Creative Director da LEGO? É a Rosário que decide qual ideia dá um bom set, ou o é para “reciclar”?
Um Creative Director da LEGO é responsável pela estratégia/ desenvolvimento e design de um conjunto de produtos.
Em cada linha de produtos, como por exemplo Creator, trabalham em grupo o departamento de Marketing, os designers, engeneers and project managers.
Os produtos sob a minha responsabilidade como Creative Director na LEGO são: Creator, Creative Building e Mindstorms.
Um Director Criativo da LEGO deve ter as seguintes aptidões:
capacidade para estabelecer estratégias de inovação bem definidas;
iniciativas criativas e inovadoras; orientação comercial;
capacidade de liderança; talento para comunicar ideias/visão alargada/gestão inovadora; entender o DNA LEGO e os core consumers(como por exemplo os fãs, AFOLs); entender/promover através da arte de comunicar/traduzir a essência/filosofia do que é o sistema LEGO e as suas plataformas.
Não é apenas o Creative Director que decide a ideia do produto. Inicia-se sempre por um briefing criado pelo Creative Director and Marketing Director e com base nas necessidades do mercado!
Até ao resultado final, o produto passa por várias fases até ser aprovado. Por exemplo, fazemos testes com os nossos consumidores para verificar a sua potencialidade!
2 – Existem limitações pré-definidas à criatividade da sua equipa (Tema, peças, cores, ect.)?
Sim, não diria limitações mas sim um conjunto de dados a que chamamos briefing como ponto de partida. Faz parte do trabalho dos designers depois adequar à ideia/produto as melhores pecas ou cores, etc…
3 – Alguns protótipos de futuros conjuntos são testados tanto com crianças como adultos? Se sim, como nos poderemos alistar?
Sim, nós testamos os nossos produtos com os nossos consumidores, independentemente da idades. Os testes são feitos em vários países na Europa e nos Estados Unidos.
4 – Quando iniciam o processo criação de um novo set o parâmetro idade é rígido, ou poderá ser alterado conforme o decorrer do projecto?
Não alteramos. O produto deve ser feito respeitando o briefing. No briefing também já está definido a idade a que o produto deve ser desenhado.
É muito importante respeitar as normas adequadas às idades. Todos os produtos LEGO são desenvolvidos tendo em conta as capacidades das criancas relativas às suas idades, e à sua seguranca.
5 – Sei que um Creative Director acompanha o trabalho de várias equipas, como por exemplo a equipa do Creative Building e a equipa do Creator, existem mais, se sim, quais são?
LEGO Mindstorms e LEGO Factory.
6 – Quais os critérios para a utilização de peças num set? Quero eu dizer, como se decide que um determinado set “merece” um molde novo?
Como ponto de partida tenta-se sempre utilizar peças que proporcionem muita versatilidade na construção de vários conjuntos num só produto.
Por vezes é necessário uma peça nova que permita alargar as possibilidades de construção de um brinquedo.
É diferente o tipo de peças usadas num set Playthemes ou num set Creator. Nos conjuntos Playthemes o mais importante é Role Play, sendo mais importante as figurinhas LEGO por exemplo. Nos conjuntos Creator são os blocos LEGO o mais importante, onde construir do zero é o que está em questão.
7 – Porquê que há peças pura e simplesmente descontinuadas, como algumas hinges?
Por vezes há a necessidade de melhorar o que existe, ou seja, desenvolver pecas mais modernas ou mais versáteis. As plataformas estão sempre em constante desenvolvimento. É claro que temos de ter sempre em conta que LEGO é uma plataforma de peças que já existe há muitos anos!
Quando desenvolvemos peças novas, estas devem sempre ser compatíveis com as existentes.
8 – Como é que chegou a esse cargo, ou seja, qual foi o percurso profissional na LEGO?
Comecei na LEGO como designer em 1997, posteriormente como sénior designer em 2001, 2004 como design manager e no ano 2006 fui promovida a Creative Director, actualmente sou responsável por diferentes linhas de produtos LEGO com incidência nos modelos clássicos de construção, como Creator, Mindstorms, LEGO Duplo e todos o contentores/storage clássicos com tijolos para construções variadas e para todas as idades.
As capacidades e competências que tive de desenvolver são Liderança, Coaching, Design Management e Design for Business Leadership. A formação foi adquirida através de cursos patrocinados pela empresa e pelos anos de experiência adquirida.
9 – A LEGO vai voltar a editar re-edições de sets antigos, vulgo LEGENDS?
Se sim, como o 10001 ou o 10041 (réplicas quase idênticas) ou será mais do género do 10176, onde o conjunto foge bastante ao original?
A esta pergunta não lhe posso responder por uma questão de sigilo!
10 – Como aparece um novo tema e quais as condições principais para ser aceite e produzido?
O tema é sempre escolhido de acordo com a idade da crianca e a filosofia dos brinquedos de construção LEGO. As condições principais para que seja aceite e produzido são: o produto deve estar de acordo com o briefing e passar os testes com os consumidores.
11 – Como nos podemos candidatar a um lugar na LEGO para desenhar novos conjuntos?
Quem estiver interessado em candidatar-se como designer, deve mandar o seu curriculum com por exemplo fotos de trabalhos em LEGO, ideias e conceitos através de desenhos para o nosso departamento criativo na LEGO, dirigindo a Jytte Assenholm (secretária).
Outro ponto é que normalmente os expositores estão constantemente a mexer nos seus displays. Ora montam alguma coisa, ora movem construções, ora desmontam algo. São muitas as construções que são mexidas durante o evento.
Durante o dia basicamente ficamos a conversar ininterruptamente, são eles italianos, franceses, belgas, alemães, ingleses, alemães, dinamarqueses e LEGO Designers. Na sua maior parte são todos muito simpáticos e conversadores. O tema de conversa principal é invariavelmente LEGO. Mas as conversas também chegam a outros temas, como as diferenças culturais. Os convites para outros eventos sucederam-se. Os belgas já no final de Novembro, os franceses no final de Junho, os italianos em Julho, os dinamarqueses em Setembro, toda a gente queria que prometêssemos que iríamos estar presente nos seus eventos. A ver se para o próximo ano conseguimos participar em pelo menos um evento. A escolha é difícil e muito provavelmente as datas são o que terão maior peso na decisão.
Claro que também há que aproveitar a quantidade de pontos de venda. Logo após a entrada existem várias lojas bricklink. Ou seja o pessoal pega nas coisinhas todas e coloca em bancas/tendas. Por norma os sets em segunda mão estão em saquetas ziplogs com as respectivas instruções. Os preços são os normalmente aplicados nos BrickLink. Há a vantagem de não se pagar portes e poder-se verificar o estado da mercadoria. Há também peças à venda. Normalmente com um preço por cada ou por conjunto fechado em ziplog. A variedade é imensa e concentra-se em peças e sets do final dos anos 80 até ao início da década corrente.
A LEGO também tem os seus postos de venda mais no interior do evento. Duas Pick a brick, uma com 7 cêntimos a grama onde se pode escolher bags de sets e peças. A outra onde se pode escolher peça a peça a 8 cêntimos a grama. A variedade da primeira é grande mas da segunda é muito reduzida, mas o preço só compensa em alguns tipos de peças. O pior de tudo é fazer o digging no meio de tanta gente a fazer o mesmo. As peças e as bags estavam em caixas de cartão ou cestos de plástico que não eram nada funcionais com tanta gente à volta. No segundo havia também algumas pequenas caixas que continham só um tipo de peças, mas nada de especial. Outros pontos de venda de LEGO presentes eram a shop@home com alguns exclusivos e duas lojas com outro tipo de produtos tipo t-shirts, banners, com objectos de merchandising mais antigos etc.
Havia também a Intertoys, cadeia de lojas de brinquedos holandesa. Possuía um espaço considerável no evento com uma selecção de produtos exclusivamente de LEGO. Praticamente todo o sortido europeu de sets excluindo os exclusivos shop@home.
Pode-se perguntar se não eram um exagero de lojas. Não, não era. Praticamente todos os visitantes compravam alguma coisa. Nos primeiros dias fiquei com a sensação que toda a gente era AFOL. Mas não, simplesmente o LEGO é um passatempo instituído e toda a gente tem algum em casa. Todas as lojas tinham sempre gente à volta. Vi literalmente largas centenas de sacos enormes da Intertoys e pasmem-se, a caixa que vi mais vezes a ser carregada era um pack com a nova estação amarela, o comboio de mercadorias e duas caixas de linhas, tudo por 180 euros. A caixa era tão grande que às vezes faltava pouco para ser maior que o felizardo comprador.
Durante o jantar na cantina do recinto tiveram lugar algumas apresentações por funcionários da LEGO. Uma do coordenador da LEGO para relações com as comunidades, o chefe do Jan e de nome Richard Stollery que não trouxe propriamente novidades à comunidade, foi mais uma apresentação de ele próprio, da sua função e expectativas. A segunda já foi bem mais interessante porque foi feita por um funcionário da LEGO ligado à qualidade. Ficamos a saber as razões por detrás do problema das cores e que esse problema está praticamente resolvido, é evidente que ainda estão no mercado sets e peças com problemas na qualidade das cores mas logo que esse stock acabar o problema ficará definitivamente resolvido.
Foi feito um forte apelo à comunicação sempre que um set tenha algum tipo de defeito. Explicou que os números gravados junto ao código de barras indicam a data e a fábrica em que o set foi feito. Explicou também que em caso de problemas de qualidade deverão ser inidicados os números que estão gravados no interior das peças, que são a referência da mesma, nº do molde e nº da cavidade (nada que o pessoal já não adivinhasse). Explicou também outras coisas, mas era tanta informação ao mesmo tempo que toda a gente no fim pediu foi a apresentação em PowerPoint, o Jan ficou de tratar disso. A terceira e última apresentação do dia foi bem curta, o tema era Star Wars e serviu só para abrir o apetite para a apresentação do dia seguinte.
Depois do jantar foi a vez de apanhar o Eus Bus. Ia praticamente cheio toda a gente estava bem-disposta e expectante para o dia seguinte. O destino era o bungalow dos belgas onde alguns AFOLs se iriam encontrar. Foi a oportunidade de apresentar o Manel ao pessoal. A primeira coisa que nos avisaram foi que cada um tinha que levar a sua cadeira. Os franceses mostraram-se mais inventivos levando um sofá! Foi chegando gente, mais gente, mais os belgas que só vinham durante o fim de semana e claro que ao fim de algum tempo não havia espaço para estar toda a gente sentada, portanto toca a alguns prescindirem da sua cadeira para se sentarem no chão.
Durante o encontro a boa disposição foi o mote. Seguiram-se montes de momentos cómicos. Deu tempo também para conhecer melhor o Jan e AFOLs de vários países. Meia-hora de conversa com o Jan foi no mínimo proveitosa. Toda a gente quer ter um pouco de tempo de antena com ele e ele é muito simpático e prestável. Dá para perceber que é um bom profissional e que o contacto pessoal funciona melhor que via internet. É também bastante alegre e sempre à espreita de uma oportunidade para se rir.
Nesta festa falaram-se de muitos assuntos e foi também aqui que a Tânia teve uma primeira ideia para uma actividade envolvendo vários LUGs que iria ser apresentada aos outros durante os próximos dias.
Acima de tudo galhofou-se muito.
Foi a vez de experimentar os pequenos-almoços da organização sandes de pão de forma para todos os gostos, durante todos os dias.. ahh nos almoços também. Essa altura também deu para perceber algumas coisas sobre a organização do evento. Os AFOLs estavam divididos basicamente em três grupos.
1-Os visitantes que pagavam como qualquer um para entrar no evento.
2-Os voluntários que lhe eram dadas algumas tarefas e que tinham acesso à cantina, aos bungalows, entrada gratuita, etc. As tarefas eram tão curtidas como montar grandes construções, mas também tomar conta de playzones ou de layouts, estar na cozinha, limpar as vitrines do museu de LEGO, etc. Ficamos admirados com a quantidade, cerca de 300 provenientes de vários países.. mas na sua grande maioria holandeses, tanto AFOLs como não AFOLs.
3-O terceiro e último grupo eram os expositores que basicamente só tinham que tomar conta das suas construções. Claro que o normal era aproveitar o tempo todo para conversar com toda a gente, sempre em inglês. Acho que falamos tanto em inglês que até às vezes estávamos os dois a falar entre nós em inglês 😀
Havia também os AFOLs holandeses que estavam encarregues da organização. Poucos, cerca de 5 e todos pertecentes ao núcleo duro do De Bouwsteen.
Claro que isto da parte de AFOLs, porque as outras entidades envolvidoas no evento tinham os seus próprios meios logísticos e de pessoal.
Na hora da abertura foi como se houvesse uma explosão de gente, num momento estava o recinto vazio, momentos depois estavam milhares de pessoas lá dentro. Para ser um pouco mais exacto, mais de 9000 visitantes pagantes por dia. A Tânia teve alguma dificuldade em sentir-se confortável no meio de tanta gente no primeiro dia, por isso a cantina serviu-lhe um pouco de refúgio. Lá, para além de se fumar também se conversava muito, maioritariamente de LEGO, claro. Os AFOLs tinham bastante curiosidade sobre o nosso país, muitos tinham genros ou noras portugueses. O curioso era o interesse deles em saber mais sobre o LUG 0937, por isso rolou muita conversa debaixo daquele exaustor.
Logo no primeiro dia um dos displays Star Wars, chamou bastante a nossa atenção. Umas quantas árvores enormes com leaves em dark greenhum.. essas leaves só aparecem em dois dos novos sets Castle deste ano e ainda por cima só vem duas leaves em cada set, por isso ficamos curiosos em saber a sua procedência. O display era do dono da Little Arms Shop. A Litlle Armory foi à falência e este AFOL era o parceiro europeu, agora montou o seu próprio negócio e tem um sucesso do catano. As leaves conseguiu-as porque foi comissionado pela Legoland alemã para fazer um display SW para o aniversário dos 30 anos. O display inteiro estava à venda por 6500. Vendeu bastante material da loja dele mas ninguém pegou no display e não foi por falta de vontade..
A nossa opinião sobre o melhor display do evento recaiu sobre os belgas + alguns holandeses, que se juntaram para criar um enorme layout. Estava bem organizado e havia uma forte coerência mesmo havendo AFOLs com preferências tão distintas com espaço, cidade, castelo e technic. Nesse display estavam algumas das construções mais porreiras do tema cidade. De notar que tudo neste display foi transportado para o evento, desde as mesas até aos MOCs. Só o pessoal do BeLUG demorou 3 horas só a montar a sua parte das mesas.
Finalmente pudemos ver ao vivo e principalmente a cores os MOCs da Megan Rothrock e conversar com ela. É bastante simpática e muito comunicativa.
Os MOCs dela são realmente muito diferentes de todo o resto. As caixinhas surpresas foram o grande sucesso do display dela. Ficamos a saber que a LEGO está a pensar produzir um MOC dela e ela tem como objectivo tornar-se LEGO Designer.
Durante a tarde aproveitamos para visitar a cidade. Market Streets aos pontapés, ao vivo e a cores, construções muito típicas e muito inspiradoras para um quarteirão à Market Street style. Deu também para verificar a forma como funcionam os três tipos de vias que existem no interior da cidade. Vias para pedestres, bicicletas e automóveis. Deu tempo ainda de comer uma fast food que nos soube pela vida, ir à biblioteca para aceder à Internet, dar um salto ao email e ao fórum.
De regresso à exposição e tivemos oportunidade de ver, fotografar, analisar o novo conjunto Town Plan. Criado pelo Jamie Berard em conjunto com outro LEGO Designer. Pela primeira vez na LW, os Designers dos principais temas estiveram lá durante o tempo todo e a postura foi também muito aberta. O que para os AFOLs foi ouro sobre azul. Talvez pudessem aproveitar mais se não fossem os nórdicos tão reservados. Nós cá aproveitamos.
Fomos também visitar o pavilhão seguinte onde estavam as actividades que envolviam LEGO. Milhares de peças à disposição para quem quisesse construir, no chão e em mesas imensamente compridas. Pareceu-nos que o chão era o preferido do pessoal, era só sapatos por todo o lado e rabos para o ar. Nessa zona havia um stand do LEGO Universe, da Sh@p, outro da Lego para algum material de refugo, tipo faixas antigas, tshirts e algum material da sh@p antigo tipo canetas, porta-chaves e produtos clikits, outro Pick-a-Brick (0,08 a grama) mais caro do que o do entroncamento central (0,07 a grama). Actividades com Racers, Bionicle, muitas construções grandes (animais selvagens, displays de castelo, circo, um pequeno campo de basquete com os jogadores, o Bugatti do FreeLug, um Ferrari, etc). Havia também um stand do exército holandês e passando para o último pavilhão ou melhor a sala de concertos da estação de televisão infanto-juvenil que também patrocinava o evento. Entramos lá uma vez e ouvimos milhares de crianças a gritar excitadíssimas.
No final do dia aceitamos o convite da Jenna (a autora dos templos hindus em rosa), para ocuparmos um espaço que ela não tinha utilizado. Boa! Fomos para o corredor central em frente dos stands da Lego. As nossas construções ficaram muito bem acompanhadas e já não pareciam perdidas. Foram muitas as pessoas que julgaram que o/a autor/a de todos os MOCs fosse o/a mesmo/a. As 9 construções da Jenna tinham como tema os 8+1 diferentes cultos do universo dela.
Ela tem uma percepção quase escultural dos MOCs, estuda todos os edifícios o melhor que pode e constrói os MOCs de acordo com o que foi sentindo durante o processo de estudo, tem uma onda muito zen. Ficamos portanto, muito bem instalados em todos os sentidos. Nesse dia conhecemos também a Annemarie, AFOL holandesa e dona da loja Sailjo. A Annemarie foi sempre muito prestável, até roupa emprestou à Tânia, sim o frio era considerável.
Desta vez o jantar foi em casa, em conjunto com o Yvo, voluntário no evento. Trocamos impressões acerca dos nossos LUGs, projectos e falamos muito sobre os nossos países e cultura. O bungalow estava quentinho, uns meros 23 graus, o duche era perfeito e o chá vinha a calhar. Os colchões das camas eram 5 estrelas, o verdadeiro sono dos justos. Quantos quilómetros a pé teríamos feito só naquele dia? Vários, com certeza!
Acho que nunca vimos tanta bicicleta junta. Aqui toda a gente tem bicicleta, mas toda mesmo. Acho que em Portugal é moda pagar a carta ao filho aos 18 anos, aqui deve ser dar a bicicleta aos 3. Contaram-nos que todo o caloiro gama a sua primeira bicicleta (tipo praxe). Além disso a Holanda é ultra-plana. Comparando, o Alentejo é uma terra montanhosa! A maior parte dos desníveis foram feitos pelo homem. Canais, diques, elevações para as estradas e caminhos-de-ferro, etc.
Apesar de estarmos relativamente perto do recinto, apanhámos um táxi até ao local e momentos depois estávamos a ser recebidos pelo Paul Volters, Jason Railton e Jan Beyer.
O recinto cheirava a LEGO, muito ABS junto, muita cor e algum movimento, depois de conhecermos a verdadeira dimensão do recinto, a sensação produzida pela enorme quantidade de construções para ver fez disparar a nossa adrenalina. Ah! O recinto estava bastante frio naquela altura. Muitas dos acessos laterais estavam abertos e às 19h a temperatura é já bem baixa.
Apesar da vontade de verificar se estava tudo bem com os nossos MOCs, praticamente obrigaram-nos a jantar e o Jason Railton (LA inglês) serviu de cicerone, bastante simpático e informou-nos sobre os procedimentos a seguir. Falamos também da questão cultural e suas diferenças, nesse momento percebemos que poderíamos ter algum contratempo com a comida. Durante o jantar percebemos que já existia uma percepção sobre os AFOLs portugueses. O Pedro (gordo) foi bastante elogiado e mesmo durante o evento foram vários os AFOLs que o referiram. Ficamos todos orgulhosos. Depois de uma refeição bem condimentada e bastante estranha, tanto em cores como em textura, fomos montar os nossos MOCs, que exceptuando um andar da torre estavam em óptimo estado, meia hora depois estava tudo pronto do nosso lado :D.
O local dos MOCs não era o mais desejado, mas também tínhamos sido dos últimos a chegar e ocupávamos pouco espaço para termos direito a display próprio. De qualquer maneira o assunto foi tratado no dia seguinte e até ficamos com um local muito bom!
Foi altura de conhecer mais pessoal, principalmente holandeses. Também estavam a jogar em casa. Deu também para vislumbrarmos uma novidade: O Town Plan. Ainda falamos com o LEGO Designer do tema Creator, Lami Phan (vietnamita pequenino e muito querido) que estava estacionado no stand à nossa frente, para sabermos alguns pormenores do set. Acho que nada de novo que não se tenha já falado em outros lados. Sobre o LEGO Designer, ficamos muito satisfeitos com a forma com que discutíamos ideias. A função dele ali, para além de estar disponível para conversar e informar o público era recolher o feedback de todas as fontes, sobre os sets Creator. Conseguiu, sem dúvida.
Demos a nossa primeira espreitadela no Museu, estavam lá os temas mais representativos e a visão geral era sem dúvida muito apelativa. Num dos cantos estavam cadeiras e o vídeo projector. A ideia foi passar imagens de pequenos documentários sobre a Lego a sua história e evolução, pena foi estarem em holandês. Mas não ficamos muito tempo por ali, já era tarde e havia que descansar para o primeiro dia do evento.
Entretanto, falaram-nos com saudade do Daniel e até do Ildefonso, foi muito reconfortante ouvir boas referências aos nossos amigos.
Para irmos até aos bungalows apanhamos o Eus Bus (autocarro do Eus*). Os bungalows ficavam a uns 30 minutos de distância.
Parece que este ano eram bem melhores que as edições dos anos anteriores e novinhos em folha. Tivemos participação activa num filme para descobrir como se ligava o aquecimento geral, para variar o documento estava em holandês. Depois de quase 1 hora o Baixinho decidiu mexer nas torneiras da caldeira e a água quente começou a correu e o chão radiante a aquecer o bungalow. A construção daquilo é óptima, muito bem isolados, praticamente poderia andar de roupa interior com temperaturas negativas lá fora. O que nunca compreendemos muito bem é a disposição das divisõespara acedermos ao quarto de banho com duche teríamos sempre que passar por um dos quartos explicando melhor, esse quarto de banho tem três portas. Uma para a lavandaria e as outras duas para outros dois quartos!
Nesse dia tivemos como colegas de bungalow o holandês Yvo Jasen e mais um casal de amigos a Marjolein e o Willen. Bebemos uma garrafinha de Mateus Rosé, o Manel foi apresentado aos de casa e conversamos até termos sono.
* Eus bus porque era conduzido por um membro do DeBowsteen chamado de Eugene mas como já era o segundo Eugene a entrar no DeBowsteen e como também é motorista de uma empresa de transportes de Zwolle, decidiram-se pelo Eugenio do autocarro :), hilariante para nós.